O filme é brilhante e divertido, mas o tempo todo é Dietrich quem o carrega. Ela é radiantemente inocente, infantil, modesta e confiante no começo, emergindo como cínica, endurecida e amarga no final. Quem acreditava que Dietrich era apenas um rosto bonito e não uma atriz, é melhor dar uma olhada neste filme, o primeiro que ela fez sem seu mentor diretor, von Sternberg.
Mamoulian não tenta impor nenhuma edição inteligente ou cinematografia, mas permite que a história simples se desenrole, concentrando-se em sua atriz e ajudando-a a brilhar. Além de Dietrich, Atwill se apresenta melhor como um personagem crível, humano e não totalmente invejável, obcecado pela nossa heroína.
O que é mais surpreendente sobre o filme pré-Code são as numerosas esculturas de nudez, principalmente de Dietrich, que são abundantes - elas são muito bonitas e a adorável cinematografia as ilumina com grande efeito.
A única mosca na sopa é a performance ruim de Aherne - ele melhoraria com a idade.
- Título original: The song of songs
- Ano: 1933
- Duração: 87 min.
- País: Estados Unidos
- Direção: Rouben Mamoulian
- Roteiro: Leo Birinsky, Samuel Hoffenstein, Rouben Mamoulian (Novela: Hermann Sudermann)
- Música: Karl Hajos, Herman Hand, Bernhard Kaun, Milan Roder
- Fotografia: Victor Milner
- Elenco: Marlene Dietrich, Brian Aherne, Lionel Atwill, Alison Skipworth, Hardie Albright, Helen Freeman
- Produtora: Paramount Pictures
- Gênero: Drama. Romance
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